O meu 25 de Abril de 2009 começou bem cedo. Eram nove da manhã e já estava a chegar à Assembleia da República onde se iriam realizar comemorações do 25 de Abril de 1974, carregado com o portátil, a máquina fotográfica mais duas lentes e ainda a 300mm mais o monopé (quem sofre são as minhas costas). Logo à chegada à Assembleia e carregado com todo o material e com a 300 ao ombro tipo enxada um polícia olhou para mim com ar desconfiado e perguntou-me se seria fotografo, a minha vontade foi responder-lhe que não, que era um coveiro!!! Nestes dias assim seguranças, policias, funcionários etc andam sempre muito histéricos e normalmente sempre a complicar a nossa vida. Já nas escadas da Assembleia cá fora quando o Cavaco e o Jaime Gama estavam a ouvir o hino tentei fazer uma foto onde os pudesse apanhar de frente, mal desci e pisei o ultimo degrau um desses seguranças me mandou sair dali, bem estava a começar a ficar um pouco furioso com estas mesquinhices, para mais quando o camera da televisão lá pode andar à vontade! Bem lá fiz a foto da praxe com o Cavaco e o Jaime Gama a passar a revista às tropas. Assim que isso aconteceu corri para o interior da Assembleia que estava completamente cheia, quer o hemiciclo quer as bancadas. No local onde costumamos estar na bancada central estava desta vez o coro de Santo Amaro de Oeiras e colocaram-nos de lado e ao lado de um projector que mandava um ar tão quente para nós que mais parecia que estávamos na sauna.
Como estávamos de lado as linhas e perspectivas ficavam um pouco desequilibradas, e quando o Cavado discursou, no enquadramento com o Cavaco e o Jaime Gama ficava sempre um dos guardas por trás do Jaime Gama e não me estava a agradar, a solução seria ir num instante á bancada do meio e fazer umas fotos. A polícia que estava a controlar a bancada do meio estava mesmo chata e já nos tinha vindo chamar à atenção por outros motivos. Então decidi arriscar ir ao meio fazer a foto, preparei o monopé á altura que ficaria e fui lá num instante, não chegou a 15 segundos e uns 10 disparos senti o meu braço a ser agarrado com força e fui puxado para fora dali com a Sra polícia toda nervosa e irritada a mandar-me sair dali, ela puxou-me de tal forma que eu ia caindo para cima das cantoras do coro. Ainda pensei que me iria expulsar da sala tal foi a forma como me abordou. Nada disto era necessário pois não interferi com nada, não me meti á frente de nenhuma camera de televisão ou interrompi o discurso do Cavaco, apenas quis fazer o meu trabalho e ter uma imagem limpa do Cavaco e do Jaime Gama, mas enfim, e lá em baixo falava-se de liberdade!!!
O resto da cerimónia correu sem sobressaltos e depois de enviar as fotos para a agência e almoçar, fui até ao palácio de são bento que esteve aberto ao público com banda filármonica a tocar e animadores do Chapitô onde José Sócrates recebeu quem lá quis ir. Nos jardins do palácio estavam muitas pessoas e entre alguns cumprimentos e abraços mais apertados dos populares a Sócrates, estava um grupo de chineses que fez questão de pousar junto a Sócrates, o que deu alguns momentos de boa disposição.
Depois de alguns momentos com os populares Sócrates saiu e eu também, sentei-me lá num sofá e fui enviar as fotos para a agência.
Entretanto já tinha surgido mais um serviço. Um helicóptero iria lançar cravos sobre o largo de Camões e como não havia mais ninguém disponível pediram-me se poderia ir lá fotografar.
Quando cheguei ao Largo de Camões encontrei além do meu colega Tiago Petinga a gozar a sua folga mais o seu pequenito e a esposa, vários colegas fotojornalistas de outros jornais e agências, e a conversa foi animada! Estávamos todos expectantes de como iria ser este lançamento de cravos apartir de um helicóptero e o que daria em termos fotográficos.
Normalmente tento ter algumas ideias das fotos que vou fazer mas ali não tinha, apenas pensei que para dar a ideia de movimento ao helicóptero teria de ter uma velocidade de obturação não muito alta para não congelar as pás das hélices, aparte disto nada mais sabia apenas podia aguardar pelo momento e improvisar.
Quando o Heli chegou e começaram a chover cravos, a o largo estava cheio e a emoção e excitação das pessoas sentia-se, fiz algumas fotos do heli e dos cravos a serem lançados mas faltavam-me as pessoas, foi então que quase me deitei no chão e fotografei as pessoas de mãos no ar a receber os cravos e o helicóptero lá no ar a lança-los. Acho que foi o melhor que poderia fazer naquela situação, ainda por cima no enquadramento entra um candeeiro que dá o toque final de cidade.
Estava feito o meu 25 de Abril a trabalhar, faltava apenas ir até a agência deixar as ultimas fotos e o material e ir gozar o resto do feriado.
Ficam algumas das fotos do dia.
Comentários e opiniões são bem vindos.
One Thing Before I Leave…
Há 6 horas
6 comentários:
Lembro-me de no 25 de Abril de vários anos, quando era pequena, ir com a minha Avó Francisca para a Praça do MFA em Almada, onde um helicópetero largava cravos e era a excitação total.
A câmara de almada prefere agora chamar os da weasel para animar a populaça e já está.
:/
eu preferia os cravos.
gosto ,muito da imagem dos cravos a cair do Heli , muito bom mesmo
o pormenor da saia vermelha está excelente, é a minha favorita :o)
grande dia que tiveste ein?
não te esqueças de colocar creme de arnica nas nódoas negras provocadas pelo "puxão braçal" da senhora polícia ;o)
beijocas! *
Boas fotos Miguel,gosto mesmo
EHEHEH: Grande Leonardo, grande Fox!!!
Abraços!
Obviamente, quanto à qualidade das fotos...
simplesmente genial!
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